Casa das Luvas - Entrevista com Sr. Ramos


Devido ao interesse por este site e pela curiosidade demonstrada resolvi deslocar-me à cidade do Porto para obter informações sobre o fabrico de luvas e algumas das suas particularidades. Daí resultou a seguinte entrevista:

No âmbito da disciplina de Design, Cultura e Sociedade foi proposto aos alunos que escolhessem uma peça de vestuário e trabalhassem os conceitos à sua volta. Vim solicitar uma entrevista com uma loja especializada no campo, a “Casa das Luvas” no Porto.
Entrevistado: Sr. Ramos
Cargo Ocupado: Dono da Casa das Luvas


Questões:
1. Á quanto tempo foi fundada a “Casa das Luvas”?
A casa foi fundada em 1935. Encontra-se aberta a 74 anos.
2. Exporta luvas? Se sim, para que países/marcas?
Sim. Para a Kenzo, El Corte Inglês, Tiffosi, Luvaria Ulisses, Cirque du Solei.
3. Para criar um par de luvas o que utiliza?
Moldes de cartão, moldes de aço, no corte das peles, malhas (…) para as luvas.
4. Que materiais utiliza, geralmente, para criar um par de luvas?
Pele de veado, pele “porco”, pele de capivara, lã, seda natural
5. Porque usa esses e não outros materiais?
São os mais procurados. No caso da caxemira é muito cara. O mesmo acontece com os outros materiais menos procurados.
6. Já utilizou pele de cobra, de rã, de peixe? Peles muito procuradas no momento.
Sim, já. Mas não justificava o preço, nem a mão-de-obra.
7. Quanto custa, em média, um bom par de luvas confeccionado neste estabelecimento?
Uma luva, já considerada razoável custa pelos 30€ - 100€. Obtendo-se qualidade nas peles, mão-de-obra e atendimento.
8. Como classifica o mercado que envolve a indústria de luvas em Portugal?
Muito fraco. Hoje mais que nos tempos passados. Devido à abertura de muitos shoppings na zona do Porto que acaba por tirar a multidão dos passeios pela rua.
9. Quem mais procura um bom par de luvas?
As senhoras são quem mais o procura, muitas das vezes para oferecer como prendas.
10. Conhece outras aplicações de luvas que não a protecção e a aparência estética?
Se sim, o que conhece?
Fez um ensaio com luvas digitais mas este teve de ser cancelado devido á falta de um tipo de fio (que faria ligações entre as varias partes da mão) em Portugal.
11. Já foi abordado por outros estudantes para trabalhos?
Sim já. Uma vez por uns alunos da Universidade do Minho, precisamente na área da investigação da luva digital.

Como estas questões não bastam para conhecermos o mercado, o Sr. Ramos deu-nos uma perspectiva de um Portugal sem interesse em ajudar comércios tradicionais e de rua. Existem lojas que não se conseguem manter de pé devido a grandes inimigos: shopping, lojas chinesas, falta de recursos em Portugal.
O ofício torna-se necessário de aprender para não deixar lojas como a “Casa das luvas” sem mão-de-obra. O que hoje não ocorre pois não existem jovens direccionados para a confecção totalmente manual de luvas. Um trabalho que exige concentração e dedicação pois “É um oficio que não se faz bem pelo menos com dois anos de aprendizagem” diz-nos o Sr. Ramos com experiência, pois os funcionários da sua fábrica, situada na Maia, encontram-se ramificados à empresa, muitos há mais de 20 anos.
Conhecido em países como Brasil, Las Vegas, Munique, Itália recebe encomendas de todo o tipo de pessoas desde luvas para cerimónias e condecorações como também encomendas de luvas para o famoso “Cirque do Solei”.
O que faz primar “Casa das luvas” vem do trabalho e suor da fábrica onde tudo acontece e onde tudo se cria. Nesta fábrica, constituída por cerca de 70 funcionários a pele é trabalhada, esticada, moldada e cosida à mão por funcionários conhecedores de todos os factores necessários para a manufactura de um par de luvas.
Seguidamente apresento uma secção de fotografias tiradas na Casa das Luvas com exemplos de alguns tipos de luvas:
Luvas de veludo preto
Luvas de pele de porco
Medidor do tamanho das luvas em inch, medidas inglesas.
Luvas de Malha

Luvas de Malha e pele
Logotipo da Casa das Luvas: RASAJO - José dos Santos Ramos. Fundador da Casa das Luvas que depois de falecido passou a sua casa aos seus filhos, dos quais só hoje se encontra vivo e activo na casa das luvas, Sr. Ramos.

Luvas de criança
Luvas de Mitenes

Luvas de Caça

Luvas de renda. Já não se fazem actulamente, só mesmo por encomenda.


Luvas de condução

Luvas de camursa

Luvas de Bilhar

Luvas anti - alérgicas com fio não cortante.

Utensilios: Pó de talco, Alargador e Suporte para cotovelo. Antigamente dizia o Sr. Ramos que as Senhoras experimentavam as luvas apoiando o cotovelo aqui nesta mesinha em veludo verde. O pó de talco facilitava a entrada das luvas e o alargador dava os ultimos retoques numa luva apertada.

Fotografia da fabrica da Casa das Luvas situada na Maia

Maquina antiga de coser luvas e o simpático Sr. Ramos

Montra
Casa das Luvas (sede nos Cléricos)

Luvas de Basebol: How Its Made!


Famosos: Mary Beyer



Designer e estilista francesa interessada por luvas, Mary Beyer decidiu criar uma loja, em Paris, especificamente dedicada a luvas, produzindo-as em alta costura, criadas sob medida. A sua loja é um aglomerado: é vista como uma galeria, boutique, ateliê e foi inaugurada no ano passado, no mês de Dezembro. Situa-se na Galeria de Montpensier e tem uma vista para o jardim do Palácio Real. Ilustração: Ateliê de Beyer.




Como outros estilistas e mesmo designers fazem, Beyer realiza várias medidas nas mãos dos seus clientes e daí resultam moldes quase perfeitos no encaixe com a mão, personalizados e são que passam por uma sequência de provas, como se fosse uma peça da alta-costura. Estas luvas são totalmente feitas à mão. Mary Beyer tem ao seu dispor uma grande variedade de cores, materiais e opções de detalhes que lhe permitem criar modelos exclusivos para os seus clientes.
Na loja de Beyer as luvas são consideradas tanto peças vestíveis como verdadeiras obras de arte, sendo que um par de luvas femininas custa a partir de 310, 000€ e um par de luvas masculina custa dos 340, 000€ em diante.

Ilustração:Moldes dos clientes de Mary Meyer


Fonte: http://viverparis.blogspot.com/2009/04/maison-mary-beyer-o-templo-da-luva-sob.html


Famosos: Áttila Lemgruber


Produtos Lemgruber - luvas cirúrgicas.

Uma das indústrias que está bem presente no mercado das luvas é a indústria Lemgruber. Esta nasceu há mais de 60 anos no mercado brasileiro e tem uma história de muito trabalho e dedicação de uma família.
Tudo começou com a iniciativa de Áttila Lemgruber em Portugal no ano de 1937 que se embrenhou na Amazónia para conseguir o látex para industrialização. Transformou a sua fazenda no Rio de Janeiro na primeira indústria no Brasil a fabricar artefactos derivados do látex e desde então o Brasil passou a estar muito ligado a esta matéria.
Em 1939 depois de fazer várias pesquisas e testes finalmente o Sr. Áttila fundou a LEMGRUBER. O primeiro produto a ser fabricado foi o preservativo de látex o que causou uma enorme oposição da Igreja na época.
Em 1941 tendo uma visão do mercado futuro, a LEMGRUBER iniciou a sua linha de produção de Luvas Cirúrgicas. A LEMGRUBER chegou a ter mais de 150 produtos nas suas linhas de produção: de luvas a brinquedos, uma enorme gama de opções.
Por volta de 1958 aparece o plástico que representou um forte concorrente para a borracha, o que obrigou a LEMGRUBER a reduzir a sua produção em 10% dos produtos fabricados e a procurar novas especializações. Mas o látex tem uma grande vantagem sobre o plástico; é o único produto do mundo 100% elástico e praticamente indestrutível apesar de ser biodegradável, o que não ocorre com o plástico. Devido a este factor muitos produtos obrigatoriamente são feitos de borracha natural, como por exemplo, pneus de avião e Luvas cirúrgicas.
Com o aparecimento do plástico a LEMGRUBER reestrutura-se e passa a ter uma característica mais profissional, mais empresarial voltada para a área médica.
Na década de 60 a LEMGRUBER passou por três acidentes muito sérios, mas a força de um ideal maior serviu para que a marca LEMGRUBER se tornasse ainda mais forte. Na época da revolução de 1964 a fábrica foi tomada por comunistas e logo depois recuperada. Mas a década de 60 foi marcada principalmente por:
i. O rompimento das barragens da represa que inundou totalmente a fabrica, que só foi recuperada graças à acção da comunidade que se mobilizou para que a LEMGRUBER pudesse voltar a funcionar.
ii. A sede da fazenda era famosa por ter pinturas de artistas de renome franceses. O seu sótão era utilizado como depósito para toda a produção da LEMGRUBER. Pois bem todo este stock incendiou e acabou também com toda a sede e as suas reconhecidas artes.
iii. Uma forte tromba-d’água inunda toda a fábrica e a LEMGRUBER vê-se obrigada, uma vez mais, a recomeçar do zero.
Na década de 70 a fábrica inicia o seu processo de modernização: final do processo manual. Desenvolve soluções próprias investindo nos seus próprios engenheiros e pesquisadores. Começa a fazer trabalho de divulgação através da televisão fortalecendo a marca.
Nos anos 80 com o surgimento dos primeiros casos de sida a LEMGRUBER passou a investir ainda mais nas suas pesquisas para fazer luvas com o mais alto controle e qualidade. Dedica-se a produzir o que há de melhor na área cirúrgica.
Na década de 90 a LEMGRUBER promove uma associação com asiáticos para intercâmbio tecnológico. Os asiáticos são o principal centro de tecnologia em pesquisas do látex.

Famosos: Jean Patou


Designer, Criator...






Jean Patou (1887-1936), um designer e criador, nasceu na Normandia, França. O negócio da família ajudou-o a revelar os seus talentos, já que desde 1907 começou a trabalhar com o tio no negócio de peles. Em 1912 muda-se para Paris e abre uma pequena confecção/ateliê “Maison Parry”. Em 1914 ele vende a sua colecção inteira a um comprador americano. A primeira guerra mundial cria distúrbios na sua carreira mas as suas colecções atingem o sucesso desde o início. Desenhava roupas para actrizes famosas, cantoras e damas de alta classe. Era conhecido pelas suas blusas, estilo influenciado pelo Cubismo e Art Déco. Foi o primeiro a apresentar à imprensa a sua colecção.
Para Jean Patou 1925 foi o seu ano mais activo. Ele abre o “canto desportivo” onde apresenta as colecções de sportswear. As diversas partes separadas no canto desportivo foram dedicadas a diferentes modalidades desportivas como ténis, golfe, esqui, pesca e aparelhos coordenado com acessórios como lenços, lingerie, luvas, bonés, etc.


Modelitos de Jean Patou. Luvas desenvolvidas pelo estilista.

Patou amava as mulheres e durante a sua visita aos Estados unidos em 1925, ficou tão impressionado com o longa-legged das meninas americanas que organizou uma audição a 500 meninas, das quais ele escolheu 6 para voltar com ele para Paris. Este foi agraciado pelo bom senso de marketing e este evento deu-lhe uma boa publicidade que criou alvoroço na imprensa francesa.
Ele apresenta-nos três perfumes para mulheres, cada um relacionado com as mulheres de cor de cabelo diferente – Amour Amour dedicado à morenas; Que Sais-Je? para loiras e Adieu Sagesse foi dedicado às ruivas. Patou foi o primeiro a lançar uma loção de bronzeamento, o lendário Huile de Caldeu, em 1927.
Após a morte de Jean Patou muitos criadores famosos cooperaram com a casa Patou, como Estavez (em 1950), Karl Lagerfeld (1960-1964), Jean Paul Gaultier (1971-1973), e Christian Lacroix (1981-1986).

Perfume "Alegria".

Famosos: Luva de Michael Jackson


Além das suas funções de protecção e elemento estético as luvas são para muitos consideradas também elemento de afirmação e auto confiança, como era o caso do cantor Micheal Jackson. Jackson parecia considerar a luva como o símbolo da sua vida em palco sendo uma conexão mística a uma espécie de outro mundo cheio de ideias próprias de Jackson, sendo este um mundo suave, livre, cheio de sol.
Micheal fazia-se acompanhar do seu conector ao mundo fantástico, a luva, para onde fosse, como certa vez nas urgências de um hospital, na ala das queimaduras Michael a usava. Dizia ele “desta forma nunca estou fora do caminho”.
A luva branca, uma das mais famosas e usadas por Michael é feita usando um tipo de couro creme, com uma leitura interior de uma etiqueta “MADE IN KOREA”. A luva possui uma quebra em branco na parte de trás do punho, é coberta por cristal cravejado, critais swarovski, por um processo meticuloso e demorado.

Ilustração:Michael Jackson

Fonte: http://www.brokenwavemusic.com/home/tag/broken-wave


Ilustração: Luva Branca única.
Fonte: http://www.juliensauctions.com/auctions/2009/music-icons/michael-jackson-01.html

Luva de Dados II


A primeira luva virtual
  • A primeira luva virtual foi desenvolvida na Universidade de Illinois em 1977 para um projecto chamado "Sayre Glove". Em 1982 Thomas Zimmerman inventou a primeira luva virtual de funcionemento óptico e em 1983 Gary Grimes construía a primeira luva virtual de entrada digital, que na altura era a primeira luva de alta flexibilidade e com sensores de inéria. Esta luva teve um grande impacto na indústria da realidade virtual levando o seu criador a ser convidado a produzir luvas para alguns guitarristas famosos e para controlo de sintetizadores electrónicos.
Algumas aplicações da Luva Virtual
  • Uma das primeiras aplicações a nível mundial, e que tornou famoso este dispositivo foi o filme "Star Wars" em 1977 realizado por George Lucas. Mais tarde vários filmes da Walt Disney passaram a usar a tecnologia e actualmente cerca de 98% dos filmes de animação, tais como "Shrek", usam luvas e fatos virtuais.
  • No ramo da medicina está a ser testada a utilização de luvas virtuais em operações de carisma delicado, principalmente nos casos onde não pode existir contacto entre o médico e o paciente devido ao risco de contagio por parte do doente.
A realidade Virtual
  • As luvas virtuais quase nunca são utilizadas sem o apoio de outros sistemas periféricos. Normalmente utilizam-se juntamente com os fatos virtuais e capacetes virtuais e com a junção dos três sistemas obtemos o que se chama de "realidade virtual". A realidade virtual é muito utilizada em aplicações como jogos 3D e até como forma de programar treinos para o exército americano, em saltos de pára-quedas.
  • Posteriormente será possível a qualquer cidadão usufruir destas realidades virtuais e de todas as suas vantagens. Até já existem alfumas marcas de automóveis com protótipos de carros que são conduzidos virtualmente.
  • Actualmente o preço destas luvas sofreu um decréscimo devido ao aumento de fabricantes, porém prevê-se que no futuro o seu preço venha a descer ainda mais. Neste momento a luva virtual mais usada no mercado é a 5DT, que possui capacidade de registar os dados em vários tipos de arquivo, contendo também calibração automática. É usada essencialmente em filmes de animação e em jogos de computador.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Luva_virtual

A Luva de Dados


Uma luva de dados é um dispositivo de interacção semelhante a uma luva comum que, facilita o controlo na robótica e nas aplicações de realidade virtual. Esta luva é normalmente do latéx devido à característica elástica do material. Através deste dispositivo é possível usar vários parâmetros físicos tais como: pressão, força linear, temperatura e a textura de uma superfície ou material.

Dentro do campo das luvas virtuais existem vários tipos tais como luvas de funcionamento óptico, magnético ou até mesmo de "tacto", no entanto a luva de funcionamento óptico pode ser referida como o príncipio de funcionamento mais usual nos nossos dias. Este princípio baseia-se no seguinte: um emissor colocado na ponta dos dedos da luva envia uma luz para um receptor colocado na parte superior da luva na zona do pulso, por sua vez essa luz é enviada por guias de fibra óptica.

Dependendo da posição do dedo esse mesmo receptor vai receber a luz na sua totalidade ou apenas parte dela, uma vez que a posição do dedo aumenta ou diminui as perdas da transmissão dessa mesma luz. Este fenómeno vai causar uma variação na resistência do receptor que, por sua vez, vai influenciar a tensão de saída do mesmo. Deste modo, para cada valor de tensão iremos obter uma posição específica.

Estão a seguir referidos alguns tipos mais conhecidos e usados.


  1. 5DT Data Glove: possui 5 sensores, um por dedo.

  2. CyberGlove: luva que possui até 22 sensores de alta-precisão

  3. CyberForce: luva de "desktop" com braço incorporado.

  4. CyberGrasp: luva que avalia a força, tem um sistema robótico incorporado no braço.

  5. CyberTouch: luva com sensores tácteis.

  6. Virtual Hand SDK: luva para aplicações de animação.

  7. Virtual Hand Studio: luva para aplicações 3D.


Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Luva_virtual

Relação de Preços


Luvaria Ulisses




Na pesquisa do meu trabalho fiquei desiludida por saber que na cidade de Guimarães não existe um alfaiate ou uma casa de alta-costura que faça luvas. A única perto daquilo que eu procurava chama-se Toni Miranda.
A Toni Miranda é uma loja de alta - costura mas que infelizmente manda fazer as suas luvas em Paris não me sendo possível assim explorar um diálogo com o confeccionador deste objecto. Encontrei porém nesta loja uma indicação de lojas de Luvas altamente especializadas pelo centro do país, como é o caso da Luvaria Ulisses. Aberta à mais de 80 anos, esta loja, mantida intacta desde a sua abertura tem ao nosso dispor toda uma gama de materiais e estilos para criar luvas do mais variado nível.
Existe uma história por trás desta luvaria que pode ser lida em: http://www.luvariaulisses.com/pt/pagina/2/historia/

Neste site encontram-se também alguns artigos disponíveis e um sector para colocar questões, obter a direcção para chegar à loja e contactos.

Foi a partir dos mesmo que liguei para a Luvaria tentando obter uma entrevista telefónica, pois o curto espaço de tempo não me permitia a deslocação a Lisboa, local onde está sediada.

Onde Comprar


Existem, como é obvio, inumeros locais onde podemos comprar um par de luvas.
Pronto - a - vestir: O que acontece nestes pronto - a - vestir é que as luvas encontram-se já fabricadas e podem não adequar-se ao tamanho da mão do cliente. Uma outra desvantagem é que não existem muitas variações no estilo de luva, quanto muito varia a cor ma so mais usual é encontrarmos luvas pretas ou castanhas. A vantagem de comprar luvas nestes locais é que a compra é imediata enquanto que num estilista ou num alfaiate demoraria algum tempo a ficar concluído o par de luvas pretendido, bem como o custo das mesmas.
Por outro lado existem as casas de alfaiates, costureiros e estilistas que fazem luvas por medida e que proporcionam pares de luvas que se modelam perfeitamente à nossa mão, bem como a diversidade de materiais, cores e acessórios disponíveis que fazem com que o par de luvas seja único e exclusivo. Em comparação ainda com os pronto - a - vestir o preço de um par destas luvas é muito superior.
Locais de venda: LEVI's Massimo Dutti, Decenio, Salsa, Lanidor, H & M, Bijoux, Pafois, SportZone, Nike, Adidas, ...
Casa Especializadas: Toni Miranda, Luvaria Ulisses, Luvarte

Moldes: Passo a Passo


1. Os moldes
O primeiro passo para criarmos um bom par de luvas é fazermos um modelo, um molde realmente confiável ou melhor fazermos um conjunto de moldes que cobrem vários tamanhos de luvas. Os melhores modelos são feitos de cartolina espessa, da espessura por exemplo, de um cartão postal.
Alguns fabricantes de luvas utilizam um papel fino mas estes não são tão bons notando-se a diferença quando desenhamos nele. Quando compramos modelos estes consistem, geralmente, no modelo para o tank, um polegar e um fourchette (uma espécie de flanco ou reforço).


2. Depois de comprado ou desenhado o modelo, este terá de ser invertido para a outra mão. Caso aconteça a situação de o material ser curto pode-se sempre redesenhar o molde já existente, cortá-lo e aproveitar melhor o espaço para fazer os moldes em couro, por exemplo.

3. Se pensarmos em criar luvas de vários tipos e tamanhos é aconselhável criar uma colecção de estilos simples em vários tamanhos em vez de uma grande selecção de estilos em apenas 1 ou 2 tamanhos pois é mais fácil adaptar ao estilo o tamanho. O tamanho de uma luva é baseado, de uma forma geral, na medida em torno da parte mais larga da mão. Existem fabricantes de luvas profissionais pedem aos seus clientes para colocarem as mãos num pedaço de papel para poderem desenhar em volta deles, ficando com um molde mais aproximado do real.

4. Quando se compra um modelo comum para fazer um par de luvas devemos considerar a espessura do material que se pretende utilizar. Uma pele grossa, por exemplo, vai resultar numa luva pequena se usarmos o mesmo molde para uma pele mais fina. Assim é necessário perceber o tipo de material que é sugerido para certo molde antes de comprá-lo.

5. Fazer um molde base
Alguns trabalhadores preferem trabalhar a partir de um modelo básico que adaptar-se e alterar o modelo já existente o que é uma boa ideia, uma vez que adquirimos experiência suficiente para saber quais as alterações que serão necessárias. Mas se o caso é um novato, então é aconselhável usar modelos comprados pois muitas coisas são aprendidas com eles.
6. Para fazer um modelo básico utilizar as nossas próprias medidas, ter um pedaço de papel para desenhar e colocar a mão esquerda no mesmo com os dedos fechados e desenhe todo o lado, mesmo o pulso de cada lado. Abrimos cada par de dedos em volta e colocamos um ponto na base de cada um. Juntamos agora esses pontos no início dos dedos com uma régua certificando-se que todas as linhas estão paralelas.
Agora alongamos o molde cerca de 2 polegadas inclinando-se ligeiramente na extremidade oposta à do polegar. Auxílio da figura 18.


7. Dobramos o papel ao meio, ao longo da extremidade do dedo indicador e cortamos o papel duplo, fazendo com que as fendas entre os dedos na parte da frente da mão um quarto de polegada mais curtos que as fendas correspondentes na parte traseira. Auxílio da figura 19.


Recortamos o orifício do polegar, como mostra a figura 20. Usando o modelo como guia para o comprimento do dedo, cortamos como mostrado na figura 21, o polegar. Certifique-se que a linha AB no polegar é exactamente igual à linha AB na trank e que as linhas BC em cada secção têm o mesmo comprimento.

8. Cortamos agora reforços (fourchettes) a gosto tendo em atenção a igualdade dos mesmos ao longo do dedo. Quando tivermos a certeza que o nosso modelo está pronto resta traça-lo num pedaço de cartão ou cartolina e recortá-lo cuidadosamente.

9. Agora transpomos o molde para o tecido prendendo nas pontas e redesenhando. Costuramos através da fronteira que desenhamos anteriormente, a costura deve ser recta, mas não haverá problema se usarmos uma em zig-zag, de 1mmx1mm. O trabalho de pé (com o calcador) deve ser frequentemente levantando ao redor dos dedos para ajustar o alinhamento à medida que trabalhamos à volta dos cantos.

10. Devemos iniciar e terminar a costura com cerca de 9 pontos de retorno (back points)

11. Invertemos finalmente a luva e experimentamos, se esta estiver muito solta à volta de um ou outro dedo voltamos atrás e costuramos apenas dentro da costura, não se vai notar quando voltarmos a inverter a nossa luva.

Tamanhos de Luva


Para descobrirmos o tamanho para as nossas luvas medimos em centrimentos, à volta da palma da mão com uma fita métrica, direita no caso de destros e esquerda no caso dos canhotos. Algumas indústrias indicam o tamanho das luvas pelo número e outras por letras, S (small), M (médium), L (large), etc.
Depois utilizar a medida mais larga das duas para medir o tamanho correcto da luva. O número em centímetros medido é igual ao tamanho da luva. Por exemplo um “7cm” corresponde a um tamanho 7 pelas tabelas de medidas em baixo.




Problemas do Latéx


Alguns estudos recentes têm vindo a mostrar que nos últimos anos o uso de luvas por parte de médicos e odontologistas tem provocado nos mesmos consequências negativas. O que aconteceu para se ter desenvolvido esta situação foi uma excessiva prevenção devido ao aumento da Síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA).
Outros estudos indicam que devido à grande utilização de luvas de látex por parte do pessoal médico e odontológico como forma de prevenir a SIDA tem causado essas mesmas consequências. O que aconteceu foi:
Em primeiro lugar devido à exposição repetida às luvas de borracha podem surgir casos de urticária alérgica, como por exemplo a dermatite. Urticária é o nome que é dado a um tipo de erupção cutânea caracterizada por placas salientes, que se assemelham às produzidas pela urtiga. O aparecimento de urticárias pode ser causado pelo contacto directo com substâncias alérgicas, neste caso o látex, como resposta do sistema imunológico á ingestão de algumas comidas ou mesmo pelo stress.
Em segundo lugar espera-se um aumento do número de reacções anafiláticas em pacientes com urticária de contacto. Anafiláxia (ou anafilaxis) é uma reacção alérgica sistémica, severa e rápida, a uma determinada substância, chamada alergénico ou alérgeno, caracterizada pela diminuição da pressão arterial, taquicardia e distúrbios gerais da circulação sanguínea, acompanhada ou não de edema de glote. A reacção anafiláctica pode ser provocada por quantidades minúsculas da substância alergénica. O tipo mais grave de Anafiláxia — o choque anafiláctico — termina geralmente em morte caso não seja tratado.
Em Janeiro de 1988 foi relatada uma morte no Hospital de Henry Ford, causada por um choque anafilático. Foram desenvolvidos inquéritos por imunologistas no hospital que mostravam que a paciente era altamente alérgica a proteínas encontradas no látex, incluindo as luvas cirúrgicas. Mais estudos indicam que existe uma proteína solúvel em água, proveniente da árvore Hevea Brasilienses. Provoca hipersensibilidade e reacções anafiláticas que incluem eczema, urticária de contacto, sintomas respiratórios e choques. Especialistas dizem que 6% da população pode estar em risco de contágio e contrair estas doenças e que acerca do uso de talcos, pós absorventes e amidos na fabricação de luvas (ou usados como agente para facilitar a colocação das luvas) também constam na da lista. Todas estas substâncias põe em risco quem contacta com elas, podendo estas doenças, em casos avançados causar peritonite, granulada, aderências de mesmo a morte.

Tipos de Materiais


  • Couro: O couro é a pele curtida de animais, utilizada como material nobre para a confecção de diversos artefactos para o uso humano, tais como: sapatos, cintos, carteiras, bolsas, malas, luvas, casacos, chapéus, entre outros. O couro bovino é o mais utilizado, devido a ser o mais abundante do mercado e ao preço mais baixo. O segundo mais utilizado é o couro caprino, devido também à facilidade de obtenção, que torna os preços competitivos, e principalmente pela sua qualidade, que é maior do que a do couro de boi. Entretanto, também tem crescido a procura pelos couros suíno, ovino e de outras espécies de animais como o jacaré, cobra, e, mais recentemente, de rã e peixe.
  • Camurça: Camurça é um tipo de couro felpudo feito com a parte de baixo da pele de cabras, porcos, bezerros, cervídeos e principalmente cordeiros. Exclui-se a camada de pele exterior do animal (mais grossa) e por isso é menos durável (mas mais macia) que o couro comum. A suavidade, leveza e flexibilidade do material tornam satisfatório o seu uso no vestuário e outras aplicações que requerem materiais delicados, como as luvas. Também é popular em tapeçaria, calçados, bolsas e como forro para produtos de couro.
  • Cashemira: tecido de lã leve, macio e com cair agradável, com brilho mate e riscas oblíquas, formadas por um ponto de sarja de três à trama. Feito com fios finos penteados e geralmente estampado. Utilizado em vestidos de senhora, xailes, lenços e luvas. O nome deriva de lã caxemira, fibra muito macia e fina com a qual este tipo de tecido era fabricado inicialmente.
  • Latéx: O latéx é uma secreção esbranquiçada, raramente amarelada, produzida por algumas plantas como a papoula, a seringueira e o Caucho (castilloa) quando os seus caules são feridos e que tem a função de, uma vez consolidada com a oxidação, provocar a cicatrização do tecido lesado, por onde fluiu. Largamente utilizado pela indústria para confecção de preservativos, luvas e drenos cirúrgicos, é um material que pode causar processos alérgicos (dermatite de contacto) de intensidade variável. O látex é uma dispersão coloidal estável de uma substância polimérica num meio aquoso. É praticamente neutro, com pH 7,0 a 7,2, mas quando exposto ao ar por umperíodo de 12 a 24 horas, o pH cai para 5,0 e sofre coagulação espontânea, formando o polímero que é a borracha.

 Todos os materiais acima mencionados tem certas características e propriedades que assumem desde logo importância quando se trata de um par de luvas. Se o objectivo é um par de luvas de trabalho então o material deverá ser de grande resistência física bem como um valor abrasivo reduzido para poder ser de longa duração. Se o objectivo é criar uma luva de extremo conforto então a cachemira será uma boa opção pois é suave e não é de certa forma tão resistente sendo por isso uma luva delicada e mais sofisticada. A relação entre a forma e os materiais utilizados é muito importante pois devemos ter sempre em conta o tipo de material que vamos usar para fazermos uma luva. Este deverá ser suficientemente elástico para caber no pulso ao mesmo tempo que ter a capacidade de voltar ao estado normal. Deve estar preparado para o grande desgaste físico devido à zona de vestuário que é, situado nas mãos.

Fonte: Toda a pesquisa à cerca destes materiais foi encontrada no site de wikipedia.

Vocabulário Específico


Como em qualquer sector existe no mundo das luvas um certo vocabulário, um conjunto de termos técnicos que se torna necessário saber se queremos estar familiarizados com as luvas e todos os processos da sua criação. Como tal estão apresentados seguidamente os termos mais utilizados e penso que os mais necessários para criar um par de luvas.
Absorvência: é a capacidade de um tecido para tirar a humidade. Esta é muito importante a ter em conta pois afecta outras características como o conforto da pele, o facto de encolher ou manchar. Também deve ter-se em consideração a repelência à água e a recuperação de rugas, ou seja, quando enrugado se o material volta ao que estava ou se fica danificado.
Resistência à abrasão: é a capacidade de resistir ao desgaste da fricção proporcionada pelo tecido contra outra superfície. E se é resistente pode ser utilizado por um longo período de tempo antes que possam aparecer sinais de desgaste.
Barriga: é a parte do couro menos densa que as outras partes. Para um caso de existir uma necessidade de economia no material.
Cabretta: é um tipo de pele muito fina feita a partir de da pele de ovinos, no Brasil.
Cabo (ou Capeskin): é um couro superior fino feito a partir da pele de ovinos deslanados do Sul-africano.
Clute Cut: estilo de luva com uma palma de uma peça sem costura na base do dedo. Há emendas ao longo dos dedos no interior, mais perto da área de trabalho.
Couro: é o cabedal mais resistente, com maior durabilidade, proporcionando um melhor objecto. Este tipo de couro pode ser feito em todos os pesos e texturas. Novas formas de acabamento de couro produzem uma suavidade sensual e maleabilidade. O couro está disponível numa ampla gama de tons e texturas.
Flexibilidade: é a capacidade de uma fibra para dobrar facilmente. Uma fibra flexível e fina oferece a melhor flexibilidade.
Elasticidade: é a capacidade de aumento no comprimento sob tensão e retornar ao tamanho original.
Fourchette: é o pedaço de couro costurado entre os dedos de alguns tipos de luvas. Também conhecido como o flanco ou reforço.
Gauge: outseam, onde as duas bordas de couro costurado depois de juntas são guiadas através da máquina de costura por um calibre "que assegura que a costura será sempre uma distância uniforme a partir da borda do couro.
Agulhas: O número de agulhas e pontos por polegada. Quanto mais agulha mais fina será a malha. As luvas de malha pesada são normalmente feitas em bitola 7-10 em máquinas de tricô, enquanto as luvas de malha fina são feitas numa máquina de 13 de bitola.
Espessura: quanto às luvas de látex, de borracha ou plástico a espessura do material destas luvas geralmente medida em Mills (1 mil = 0,001 bitola. Luvas de baixa espessura/calibre permitem uma melhor agilidade e flexibilidade ao contrário das luvas de maior calibre que oferecem uma melhor protecção mas com menos flexibilidade.
Grão: lado do couro que “tem cabelo”, ou seja, o lado exterior, ou seja, é o grão que integra a superfície natural antes de ser modificado para fazer do couro uma superfície mais suave e mais atraente.
Gunn Cut: é um tipo de confecção de luva que não tem costuras na parte de trás, tendo apenas uma costura na base do dedo médio. As costuras do dedo estão mais longe da área de trabalho, tornando-se menos incómodas.
Mão: a forma como uma luva de fibra (fio ou tecido) se sente quando manipulada. Termos como suave, fresco, seco e sedoso ou agressivos são usados para descrever a mão de um material têxtil. O tipo de fio, construção de tecidos e processos de acabamento utilizados, afectam a mão de um tecido.
Handsewn: modo de costura que é cosido à mão, à moda antiga, com agulha e linha.
Perna: Cravadas de dentro para fora e de seguida são viradas. Fortes mas não visíveis no exterior.
Keystone Thumb: é um tipo de dedo de luva que se molda à forma natural e posição do polegar, resultando num movimento e conforto superiores.
Wrist Knit: Uma luva de punho projectado para caber confortavelmente no pulso.
Pivot: um couro/seda de luxo com uma mão muito macia.
Couro: a pele que foi preservada por um processo químico chamado “bronzeamento”. O couro é a forma mais antiga de roupa conhecida para o homem e apenas certos tipos são adaptáveis para as luvas.
Pele de Porco: é um couro durável. Quando é bronzeada do lado suado produz a camurça leve e com muito luxo. Quando bronzeada do lado de grãos produz Nappa bastante durável. Novos avanços no curtimento resultaram texturas maravilhosas e gemas de cor, acrescentando versatilidade ao conjunto das peles.
Pique: pee (pronuncia: kay) é uma ponta de couro dobrado sobre o outro e a cadeia é depois costurada por uma máquina especial com um post "pequeno" para a costura dentro dos dedos. Usado em luvas finas e as palmas para costurar couro para luvas de malha.
Resiliência: é a capacidade de um material de voltar à forma após ser dobrado, torcido ou distorcido. Está directamente ligado à recuperação de rugas. Um exemplo de boa elasticidade é o poliéster.
Sheepskin: integra-se na classificação de Cabretta, pele e camurça. Estas são colhidas de animais resistentes a climas frios e altitudes elevadas.
Selecção do Ombro: a melhor parte da porção do ombro de couro; avaliado logo abaixo do couro grade lateral.
Ombro: parte de uma porção de couro. Um pouco menos consistente do que a parte lateral. Oferece um bom rendimento.
Lado: é a parte mais uniforme e duradoura do couro.
Espigamento: é o ponto de desenhar ou desenho na parte de trás das luvas.
Gravidade específica: capacidade de um tecido de ser grossos e alto e ainda ser leve. Um bom exemplo é o acrílico.
Divisão: é o resultado, quando uma pele grossa está literalmente dividida em duas partes mais finas. A parte superior tem o grão de um lado, enquanto a parte inferior é suada em ambos os lados. É a parte inferior, que é referida como o "split".
Força: algumas fibras são muito fortes, como o nylon e o poliéster. Outras são fracas, tais como acetato e acrílico. A força contribui muito para a durabilidade da luva.
Suede: é o lado do cabelo do couro que foi lustrado por uma máquina abrasiva para lhe dar um efeito suave e polido.
Welt: é um pequeno pedaço de couro cosido na costura para fortalecê-lo. Muitas vezes um welt é usado na costura, na forquilha do polegar e na base do dedo. Adicionado para proteger segmentos contra faíscas e abrasão.